Principais Resultados
Disponibilidade
- Tofu: As marcas de tofu mais facilmente encontradas são Lidl Vemondo (63%) e Continente (62%). As marcas Shambhala e Cem Porcento também têm presença nas prateleiras das lojas de retalho alimentar.
- Bebida vegetal à base de soja (natural): A marca Alpro lidera a disponibilidade, sendo encontrada por 78% dos inquiridos. As marcas Continente Equilíbrio e Continente Bio seguem de perto, com 51% e 50%, respetivamente.
- Alternativa de soja ao iogurte (natural): A Alpro Soja Natural (77%) e Continente Soja Natural (44%) são as marcas mais disponíveis, com o Lidl Soja Natural também a marcar presença (34%).
- Seitan: O Seitan Bio Continente é o mais encontrado (55%), seguido pelo Seitan Cem Porcento (38%) e Seitan Veg In (24%).
- Tempeh: Apenas 14% dos inquiridos conseguem encontrar tempeh facilmente, enquanto 77% sabem o que é, mas relatam dificuldade em encontrá-lo.
Consumo
- Tofu: Em termos de consumo, o Tofu Lidl Vemondo lidera com 49%, seguido pelo Tofu Continente (44%). O Tofu Shambala segue-se na preferência.
- Bebida vegetal à base de soja (natural): A bebida Continente Equilíbrio sem açúcar é a mais consumida (22%), seguida pela Alpro (19%).
- Alternativa de soja ao iogurte (natural): A Alpro Soja Natural (embalagens de 125 g) lidera o consumo (31%), enquanto o Continente Soja Natural é consumido por 20% dos inquiridos.
- Seitan: O Seitan Bio Continente é consumido por 26% dos inquiridos, seguido pelo Seitan Shambhala Bio.
- Tempeh: O tempeh é consumido com frequência por apenas 8% dos inquiridos, com 83% conhecendo o produto, mas não o consumindo regularmente.
Análise
O relatório, que pode ser consultado aqui, evidencia que a disponibilidade nos supermercados tem uma forte correlação com o consumo, especialmente no caso do tofu e das alternativas ao iogurte de soja. No entanto, há discrepâncias, como observado nas bebidas vegetais, onde a Alpro é a mais disponível, mas a bebida Continente Equilíbrio sem açúcar lidera o consumo. Esses resultados indicam que fatores como preço, marketing e atributos específicos dos produtos influenciam as escolhas dos consumidores. O tempeh, apesar de ser reconhecido por uma grande parte dos inquiridos, ainda enfrenta desafios de disponibilidade e acessibilidade, o que pode estar a limitar o seu consumo.
“Dado que o consumo de produtos de origem animal, em Portugal, ultrapassa os níveis recomendados, é essencial adotar medidas que promovam alternativas vegetais saudáveis. A crescente procura por essas opções representa não só uma oportunidade de mercado como também responde à necessidade de um consumo mais ambientalmente sustentável, uma vez que as alternativas vegetais apresentam, em geral, uma muito menor pegada ecológica que produtos de origem animal. Tofu, seitan, tempeh e bebidas e iogurtes vegetais também adicionam diversidade às refeições diárias das pessoas, ampliando horizontes culinários e permitindo a descoberta de novos sabores”, afirma Joana Oliveira, da Direção da AVP.
O nutricionista Lucas Oliveira destaca que o tofu é uma excelente fonte proteica, tendo, em média, 14,6 g de proteína e 138 kcal, por 100 g, com elevada qualidade proteica (ótima quantidade de aminoácidos essenciais e digestibilidade de 95%). “É fonte de minerais, como cálcio (quando é usado um coagulante à base de cálcio), ferro, zinco e magnésio, e de gorduras polinsaturadas. Já o seitan possui um alto teor proteico, com 25 g e 139 kcal por 100 g, com elevada digestibilidade (97,5%). Contém quantidades interessantes de minerais como o ferro e o zinco”, indica.
“Optar por estas fontes proteicas em substituição à carne garante aportes semelhantes de proteína (e, consequentemente, de aminoácidos essenciais), ferro e zinco. Adicionalmente, pode ajudar a reduzir a ingestão de gorduras saturadas e aumentar a de gorduras poli-insaturadas.”, afirma Lucas Oliveira. “As bebidas e alternativas vegetais ao iogurte à base de soja (ao natural) possuem valores energéticos e proteicos similares ao leite de vaca e ao iogurte meio gordo, respetivamente”, acrescenta.
“Considero que a disponibilidade e consumo de fontes proteicas de origem vegetal alternativas à carne, observada nos resultados deste inquérito, representam um crescente interesse por estes produtos. Vejo isto de forma bastante positiva, considerando a necessidade de reduzir o consumo de produtos de origem animal. O consumo dessas alternativas vegetais tem o potencial de contribuir para a redução da pegada ecológica da população e, ao mesmo tempo, garantir a adequação da ingestão nutricional.”, indica o nutricionista da AVP. “É importante que outros nutricionistas se capacitem e atualizem quanto à evidência científica dos benefícios para a saúde e quanto à composição nutricional destes produtos, de modo a fornecer informações adequadas. É fundamental que os órgãos públicos de saúde fiquem atentos à crescente disponibilidade e consumo destes produtos e percebam a oportunidade de utilizá-los como uma das várias ferramentas para melhorar a saúde da população.”