fbpx

Proteínas de origem vegetal são incompletas? Mito ou verdade?

A proteína desempenha um papel essencial no crescimento, na manutenção e nas funções fisiológicas do corpo humano, sendo a principal componente funcional e estrutural de todas as células. Por isso, é essencial garantir uma ingestão proteica adequada por meio da alimentação. Mas, ao contrário do que muitos pensam, todos os alimentos de origem vegetal têm proteína. Na verdade, todos contêm os 9 aminoácidos essenciais. Por isso, utilizar o termo “proteína incompleta”, quando se pretende transmitir a ausência de algum aminoácido nas proteínas de origem vegetal, é incorreto. Neste artigo, exploramos as questões de quantidade e qualidade das proteínas.
proteinas vegetais incompletas mito

Partilha este artigo:

Historicamente, a proteína na alimentação vegetariana é um tópico muito discutido, tanto no meio científico como entre a população em geral. E muita desinformação ainda é propagada sobre este tema, tanto ao nível da quantidade de proteína nos alimentos de origem vegetal, mas especialmente ao nível da qualidade destas proteínas. Para compreendermos esta última questão, da qualidade, é preciso primeiramente compreender a vertente da quantidade.

Fontes e quantidade de proteína nos alimentos de origem vegetal

Em relação à quantidade de proteína nos alimentos de origem animal, primeiramente é importante entender que, salvo raras exceções, todos os alimentos contêm proteína, inclusive os de origem vegetal3. Sim, todos! Incluindo alimentos como alface, batata, banana, etc. Mas claro que muitos não têm quantidades significativas e seria necessário comer quantidades abundantes e “irrealistas” para atingir as necessidades diárias. Por isso, é importante entender que alimentos são considerados fontes de proteína (e quais as melhores!).

As principais fontes proteicas de origem vegetal são:

  • As leguminosas, como os feijões, lentilhas, grão-de-bico, soja, edamame, tremoços, ervilhas e suas respectivas massas
  • Os produtos processados à base de soja como o tofu, tempeh, soja texturizada, bebida e “iogurte” de soja
  • Alguns cereais e os seus derivados, como a aveia, os pães, as massas e o seitan; 
  • Os produtos análogos à carne à base de proteínas isoladas ou concentradas de soja, ervilha e/ou trigo;
  • Proteínas isoladas em pó, que podem ser uma ferramenta prática opcional.

No entanto, apesar de alguns alimentos não apresentarem quantidades significativas de proteína em termos absolutos (g/100g), ou em relação ao seu valor energético (%), como é o caso de outros cereais e pseudo-cereais (arroz, bulgur, quinoa, couscous, etc.), mas também das sementes (linhaça, chia, girassol, abóbora, etc) e dos frutos oleaginosos (os chamados “frutos secos”, que incluem noz, amêndoa, pistachio, etc.), todos os alimentos contribuem para o aporte de proteína total na alimentação diária!

9zJp4wdrbwjPmJF dxYa6hu3E42oBEnTTiEoKqZuNZoJSi3jtwqIxi1rNHllK2mPy0Ru dOSG2Wie451eHBp4fYPS9zzXzYXvcfPUmIdSX7PFzfpNLjPt7 Euu1TaIlryFMFcNaXK3gprPfohtiz2H8

Figura 1 – Fontes proteicas de origem vegetal

E quais são as necessidades de ingestão proteica?

A necessidade de ingestão proteica pode ser entendida como a quantidade mínima necessária de ingestão de proteína para manter o equilíbrio de azoto e, assim, manter a massa proteica corporal, em indivíduos aparentemente saudáveis e em equilíbrio energético, pouco ativos fisicamente, de um determinado género ou em certa fase do ciclo de vida.4

As necessidades de ingestão proteica populacionais são definidas pela: 

  • Necessidade média estimada (EAR ou AR) – ingestão diária de proteína estimada para atender as necessidades de 50% da população-alvo.
  • Ingestão dietética recomendada (RDA ou PRI) – ingestão estimada para atender às necessidades nutricionais de quase todos (97,5%) os indivíduos.

De acordo com organizações de referência (Food and Nutrition Board do Institute of Medicine, FAO, WHO, European Food Safety Authority, etc.), os valores de EAR (ou AR) e RDA (ou PRI) são, teoricamente, os mesmos, sendo 0,66 g e 0,8 g (ou 0,83 g) de proteína por kg de peso corporal, por dia (g/kg/dia)2,4,5 , respetivamente, dado terem por base o mesmo estudo de equilíbrio de azoto6

No entanto, alguns autores defendem que este método apresenta limitações e que estes valores de RDA não representam a necessidade de ingestão proteica ótima7,9, especialmente em veganos10 e, por isso, sugerem uma ingestão de 1,2 g de proteína por kg e por dia, tendo em conta os valores encontrados em estudos que utilizam um método que pode ser visto como mais adequado: o indicador de oxidação de aminoácidos (IAAO)”.11,12

Outros trabalhos também sugerem uma ingestão superior à RDA, perante cenários catabólicos (cenários ou condições desfavoráveis para manutenção da massa muscular), como no caso do défice energético (1,3 g/kg/dia)14-17 e dos idosos (1,2 – 1,3 g/kg/dia)[Traylor, 2018; Tang, 2014; Rafii, 2015; Rafii, 2016].

Contudo, estes valores ainda não foram considerados e traduzidos em recomendações claras pelas organizações mais reconhecidas nesta matéria. Para indivíduos adultos, que praticam exercício físico de forma regular, que pretendem a otimização da hipertrofia e a manutenção da massa muscular, e para atletas de diferentes modalidades, as necessidades proteicas são muito superiores, variando de 1,2 g/kg/dia a 2,2 g/kg/dia18-21. No entanto, na maioria dos casos, não parece haver grandes benefícios com ingestões superiores a 1,6 g/kg/dia.18-22

couple training together gym

Qualidade proteica das proteínas vegetais

Para se entender o conceito de qualidade proteica, é importante  compreender a constituição das proteínas e o processo de digestão e absorção. 

Digestão das proteínas e absorção de aminoácidos

As proteínas são constituídas por aminoácidos (AAs), que podem ser classificados como não-essenciais, sintetizados pelo corpo humano, e aminoácidos essenciais (AAEs), que precisam de ser obtidos pela alimentação.23 O organismo humano não é capaz de absorver as proteínas inteiras, por isso, precisam ser digeridas (“quebradas”) em AAs individuais ou pequenos peptídeos (pequenas cadeias de AAs), para então serem absorvidos no intestino 24.

Considerando que a proteína é a única fonte alimentar de AAEs, para além da ingestão total diária de proteína foram também definidas as necessidades de ingestão diária de cada AAE. 25 

DIAAS: o método atual para determinação da qualidade proteica 

A qualidade de uma proteína alimentar é definida pela capacidade dos AAEs que a constituem em atender às necessidades de AAEs do corpo humano.[2017, Marinangeli] Ao longo dos anos, muitos métodos de avaliação da qualidade proteica foram desenvolvidos e implementados, como por exemplo o Biological Value (BV) e o Protein digestibility corrected amino acid score (PDCAAS).27

O método de avaliação recomendado pela FAO, atualmente, o Digestible indispensable amino acid score (DIAAS), foi criado com o objetivo de rever e ultrapassar as limitações do método anterior, o PDCAAS.1,4,25

O DIAAS é obtido a partir de três componentes:25

  • a composição de AAEs (mg/g);
  • a digestibilidade dos AAEs (%);
  • o padrão de referência dos AAEs (mg/g);

O DIAAS é, assim, calculado pela multiplicação da quantidade de cada um dos AAEs pelas suas respetivas digestibilidades, dividindo-se este valor pelo padrão de referência de cada AAEs.22,28 O menor valor encontrado é atribuído como sendo o DIAAS (expresso em %), sendo o AAEs referente ao menor DIAAS, definido como AAE limitante.22,38 (Figura 2)


lOeb4kbk63qf39Vtxw0 awDbBxpyEAJ7H eeXGOidwB vCcfnUMxTmDLLUJut4QUiUKaHcpZAkwSxXaRs RjbO6LaOkkceeA0KtEKgQX7SVSjbXmgOFMmNwWpwNrjAjvnVzufpmRSgKfM4dCPOUGZ0o

Figura 2 – Equação de cálculo do DIAAS

Determinar a qualidade proteica das proteínas de origem vegetal

Em geral, valores mais baixos de digestibilidade e menores quantidades de AAEs são citados como desvantagens associadas às fontes proteicas de origem vegetal, quando comparadas individualmente às de origem animal.29,30

Contudo, é importante ter em consideração alguns pontos na determinação da qualidade das proteínas de origem vegetal, na interpretação das componentes e ao nível da utilização prática dos resultados.31

Composição de AAEs

Como já mencionado, todos os alimentos de origem vegetal têm proteína. Mas não só. Todos contêm os 9 AAEs (Figura 3).3

Por isso, utilizar o termo “proteína incompleta”, quando se pretende transmitir a ausência de algum aminoácido nas proteínas de origem vegetal, é incorreto! O que realmente acontece é que alguns AAEs, em alguns alimentos de origem vegetal, estão em quantidades menos ótimas em relação às necessidades humanas, enquanto os alimentos de origem animal, se analisados individualmente, apresentam um perfil de AAEs mais próximo destas necessidades (Figura 4).3,31

Fltbq038pCdITsjqRVIllLYXnJvkhnpB9ZUTcgXWvwgHXywWKr5uWhg8ZPvikHPVfeEduCQzmSMYeviiKx QtJc UW7UaA0cMUTilWM2QGWh6ZVFKTaYNvoVoEuEVKGl3eYsAG39CzyT q64nhOZ3iI
Figura 3 – Composição de AAs em alimentos de origem animal e vegetal. Adaptado de 2019, Gardner
miJ ZS6atkf 07iFhpgB3OZot9geM4mLzHtkPbdp57ZD OGLr9Nx wtn3mYHj66mawOx67lEWRnd2YfI1fqFqmWZYL8w2XPY91qQRR6 Wc0VUwvr20W9uJrug1ewbQYYzZoWEcYainYfp42eDXujiVY
Figura 4 – % de AAE em fontes proteicas de origem vegetal (barras brancas) e animal (barras cinzentas) em relação às necessidades do corpo humana (linha tracejada). Adaptado de 2018, Gorissen

Os níveis mais baixos de um AAE num alimento só são um problema em contextos de insegurança alimentar, e de uma disponibilidade alimentar pouco variada, onde o padrão alimentar é composto por basicamente um alimento ou grupo alimentar, por exemplo, apenas arroz ou tubérculos. 

O consumo de alimentos de origem vegetal de diferentes grupos alimentares garante a complementaridade do perfil de AAs32 , e permite assegurar as necessidades. Os exemplos mais comuns são o AAE lisina, que está presente em baixas quantidades nos cereais e derivados, e a metionina, que se encontra presente nas leguminosas.3,31 No entanto, historicamente, estes dois grupos alimentares, e os seus respetivos derivados, são amplamente consumidos conjuntamente em diferentes contextos culturais.(28)

Apesar de não parecer ser estritamente necessário consumir fontes proteicas de origem vegetal, de diferentes grupos alimentares na mesma refeição33, estudos recentes demonstraram valores de biodisponibilidade (utilização pelo organismo) da metionina maiores quando a lentilha34 ou o grão-de-bico35 foram consumidos com arroz.

Assim, considerando a diversidade da alimentação humana, especialmente nos países onde a maioria da população beneficia de segurança alimentar e do acesso a vários grupos alimentares, seria irrealista pensar que alguém obteria toda a sua necessária proteína diária a partir de um único alimento.[2019;Gardner] Neste contexto, a avaliação e interpretação do perfil de aminoácidos de cada alimento individualmente não tem sentido prático.

red brown white rice bowls wooden background

A digestibilidade dos aminoácidos

A digestibilidade dos AAs de um alimento é um outro importante componente do cálculo do DIAAS. Em resumo, consiste numa medida que estima o nível real de absorção de AAs, presentes na proteína ingerida.28) (Figura 5)

4MbDW5S480mvuhNeQHO0L0TulDPkF8NQoKE26JuY9FNzDtTr PTy5q1NgYtMcZOQxO uUXT VW cAdCWwqKhRW

Figura 5 – Digestibilidade ileal de alimentos de origem vegetal: Proteínas isoladas, tofu, seitan, bebida de soja, produtos análogos à carne, leguminosas variadas cozidas, cereais cozidos, cereais de pequeno-almoço, pão e pistachio

A avaliação da digestibilidade dos AAs de um alimento, na perspetiva da alimentação humana, deve considerar que praticamente todos os alimentos consumidos passam por algum tipo de processamento

Muitos dos dados de digestibilidade derivam de alimentos crus (ao invés de cozidos/processados) ou na forma de proteínas isoladas ou concentradas (extraídas da sua matriz alimentar).(82,90-102) Isto deve-se ao fato da maioria dos dados existentes serem provenientes de alimentos utilizados para alimentação animal.(42,94-103) No entanto, reconhece-se que o processamento tem um impacto significativo na digestibilidade da proteína e dos AAs 36, devido aos efeitos do processamento na estrutura da proteína, no teor de fatores anti nutricionais (ANF), na acessibilidade das enzimas digestivas e, também, via interações com constituintes não-proteicos.37,38 

Nota: ANF são inibidores das proteases, polissacarídeos não-amiláceos, polifenóis, fibras, lectinas, saponinas e fitatos.37

Para os alimentos de origem vegetal, o efeito do processamento é maioritariamente positivo. No caso de fontes proteicas vegetais em cru, a presença dos ANF implica valores de digestibilidade inferiores, consequentemente subestimando os valores de DIAAS, em relação à sua forma normalmente consumida (processada).36

No entanto, formas comuns de processamento de alimentos de origem vegetal, como preparações tradicionais (demolha, cozimento, confeção sob pressão, germinação e fermentação) e industriais (extrusão, fracionamento e autoclave) (27,56,57) , reduzem significativamente ou, até mesmo eliminam, alguns ANF presentes nos alimentos crus 37-40, aumentando assim a digestibilidade ao ponto de alcançar valores semelhantes às digestibilidades das fontes proteicas de origem animal. (Figura 6) 29

Para as proteínas isoladas, já é o oposto, o processo de fracionamento aumenta a digestibilidade (a qualidade proteica) em relação ao alimento conforme normalmente é consumido29

Iie5cY6u485Y4aFuU0CvMemHCZqdEwb4Ja jeOZHhnhC6bL VXOfLFiAsm36ddaPPRs97ubcUeK5e0ak9YOwBW axH4GrBHOD XkzdN2bn DnxeSse

Figura 6 – Efeito do processamento na digestibilidade proteica dos alimentos de origem vegetal

Assim, é importante que sejam considerados valores de digestibilidade e, consequentemente de DIAAS, de alimentos na forma em que são comumente consumidos no nosso dia-a-dia, para que seja feita uma interpretação correta e não existam extrapolações equivocadas.

Utilização do DIAAS para fontes proteicas de origem vegetal

Em geral, os alimentos de origem animal, se comparados individualmente aos de origem vegetal, apresentam maiores valores de DIAAS No entanto, conforme exposto neste artigo, a utilização e interpretação do DIAAS deve considerar todo o contexto alimentar, ou seja, o consumo de alimentos de diferentes grupos alimentares ao longo do dia. Caso contrário, a análise de valores individuais pode levar a extrapolações equivocadas e irrealistas3,41.

Isto é, calcular o DIAAS para refeições completas, ou considerando a combinação de alimentos durante o dia, tem maior utilidade prática e é mais válido do que calculá-lo considerando individualmente cada alimento. (Figura 8)

4072qpoZKgvEL2fv a jQEcvJQzNX8u9AzxMHXEJbcySqsSIjSyxF15Y3BTnE2m WHVebHOSxcZ573BE78RD4Wx4QHZrPk5Fg5 Pw5cfHI0bt3 reTH39Uq40Yzpj sZulTKf5hRfVuuApqlD0CqmQ

Figura 7 – Cálculo do DIAAS para mistura de alimentos (refeições). Automaticamente é considerada uma ingestão proteica igual à EAR (0,66g/kg/dia)

Qualidade proteica na prática!

Para garantir que uma ingestão adequada de AAEs na alimentação, é importante:

  • Garantir uma ingestão proteica adequada às necessidades de cada indivíduo;
  • Conhecer as boas fontes de proteína vegetal;
  • Consumir variados grupos alimentares diariamente, privilegiando o consumo de leguminosas;
  • Se possível, incluir fontes proteicas processadas com boa qualidade proteica, como os derivados da soja;
  • As proteínas isoladas em pó podem ser ferramentas práticas;
  • Se aplicável, utilizar as técnicas caseiras para aumentar a digestibilidade proteica dos alimentos, como o remolho (colocar o alimento na água por algumas horas), cozedura adequada, germinação, etc.

Artigo da autoria de Lucas Oliveira (4273NE).

Notas adicionais:

Neste artigo, alimentação vegetariana refere-se à alimentação vegetariana estrita, composta exclusivamente por alimentos de origem vegetal.

Referências bibliográficas

  1. Boye J, Wijesinha-Bettoni R, Burlingame B. Protein quality evaluation twenty years after the introduction of the protein digestibility corrected amino acid score method. Br J Nutr. 2012; 108 Suppl 2:S183-211.
  2. Institute of Medicine. Dietary Reference Intakes for Energy, Carbohydrate, Fiber, Fat, Fatty Acids, Cholesterol, Protein, and Amino Acids. Washington, DC: The National Academies Press;  2005.
  3. Gardner CD, Hartle JC, Garrett RD, Offringa LC, Wasserman AS. Maximizing the intersection of human health and the health of the environment with regard to the amount and type of protein produced and consumed in the United States. Nutr Rev. 2019;77(4):197-215.
  4. Food and Agriculture Organization of the United Nations World Health Organization & United Nations University. Protein and amino acid requirements in human nutrition: report of a joint FAO/WHO/UNU expert consultation. World Health Organization;  2007.
  5. EFSA Panel on Dietetic Products N, Allergies. Scientific Opinion on Dietary Reference Values for protein. EFSA Journal. 2012; 10(2):2557.
  6. Rand WM, Pellett PL, Young VR. Meta-analysis of nitrogen balance studies for estimating protein requirements in healthy adults. Am J Clin Nutr. 2003;77(1):109-127. doi:10.1093/ajcn/77.1.109
  7. Layman DK, Anthony TG, Rasmussen BB, et al. Defining meal requirements for protein to optimize metabolic roles of amino acids. Am J Clin Nutr. 2015;101(6):1330S-1338S. doi:10.3945/ajcn.114.084053
  8. Wolfe RR, Cifelli AM, Kostas G, Kim IY. Optimizing Protein Intake in Adults: Interpretation and Application of the Recommended Dietary Allowance Compared with the Acceptable Macronutrient Distribution Range. Adv Nutr. 2017;8(2):266-275. Published 2017 Mar 15. doi:10.3945/an.116.013821
  9. Phillips SM. Current Concepts and Unresolved Questions in Dietary Protein Requirements and Supplements in Adults [published correction appears in Front Nutr. 2023 Apr 12;9:1078528]. Front Nutr. 2017;4:13. Published 2017 May 8. doi:10.3389/fnut.2017.00013
  10. Bartholomae E, Johnston CS. Nitrogen Balance at the Recommended Dietary Allowance for Protein in Minimally Active Male Vegans. Nutrients. 2023;15(14):3159. Published 2023 Jul 16. doi:10.3390/nu15143159
  11. Elango R, Ball RO, Pencharz PB. Individual amino acid requirements in humans: an update. Curr Opin Clin Nutr Metab Care. 2008;11(1):34-39. doi:10.1097/MCO.0b013e3282f2a5a4
  12. Humayun MA, Elango R, Ball RO, Pencharz PB. Reevaluation of the protein requirement in young men with the indicator amino acid oxidation technique. Am J Clin Nutr. 2007;86(4):995-1002. doi:10.1093/ajcn/86.4.995
  13. Hudson JL, Wang Y, Bergia Iii RE, Campbell WW. Protein Intake Greater than the RDA Differentially Influences Whole-Body Lean Mass Responses to Purposeful Catabolic and Anabolic Stressors: A Systematic Review and Meta-analysis.AdvNutr.2020;11(3):548-558. doi:10.1093/advances/nmz106
  14. Traylor DA, Gorissen SHM, Phillips SM. Perspective: Protein Requirements and Optimal Intakes in Aging: Are We Ready to Recommend More Than the Recommended Daily Allowance?. Adv Nutr. 2018;9(3):171-182. doi:10.1093/advances/nmy003
  15. Tang M, McCabe GP, Elango R, Pencharz PB, Ball RO, Campbell WW. Assessment of protein requirement in octogenarian women with use of the indicator amino acid oxidation technique. Am J Clin Nutr. 2014;99(4):891-898. doi:10.3945/ajcn.112.042325
  16. Rafii M, Chapman K, Owens J, et al. Dietary protein requirement of female adults >65 years determined by the indicator amino acid oxidation technique is higher than current recommendations. J Nutr. 2015;145(1):18-24. doi:10.3945/jn.114.197517
  17. Rafii M, Chapman K, Elango R, et al. Dietary Protein Requirement of Men >65 Years Old Determined by the Indicator Amino Acid Oxidation Technique Is Higher than the Current Estimated Average Requirement. J Nutr. 2015;146(4):681-687. doi:10.3945/jn.115.225631
  18. Morton RW, Murphy KT, McKellar SR, et al. A systematic review, meta-analysis and meta-regression of the effect of protein supplementation on resistance training-induced gains in muscle mass and strength in healthy adults [published correction appears in Br J Sports Med. 2020 Oct;54(19):e7]. Br J Sports Med. 2018;52(6):376-384. doi:10.1136/bjsports-2017-097608
  19. Jäger R, Kerksick CM, Campbell BI, et al. International Society of Sports Nutrition Position Stand: protein and exercise. J Int Soc Sports Nutr. 2017;14:20. Published 2017 Jun 20. doi:10.1186/s12970-017-0177-8
  20. Thomas DT, Erdman KA, Burke LM. Position of the Academy of Nutrition and Dietetics, Dietitians of Canada, and the American College of Sports Medicine: Nutrition and Athletic Performance [published correction appears in J Acad Nutr Diet. 2017 Jan;117(1):146]. J Acad Nutr Diet. 2016;116(3):501-528. doi:10.1016/j.jand.2015.12.006 
  21. Hector AJ, Phillips SM. Protein Recommendations for Weight Loss in Elite Athletes: A Focus on Body Composition and Performance. Int J Sport Nutr Exerc Metab. 2018;28(2):170-177. doi:10.1123/ijsnem.2017-0273
  22. Bagheri R, Kargarfard M, Sadeghi R, Scott D, Camera DM. Effects of 16 weeks of two different high-protein diets with either resistance or concurrent training on body composition, muscular strength and performance, and markers of liver and kidney function in resistance-trained males. J Int Soc Sports Nutr. 2023;20(1):2236053. doi:10.1080/15502783.2023.2236053
  23. Wu G. Amino acids: metabolism, functions, and nutrition. Amino Acids. 2009;37(1):1-17. doi:10.1007/s00726-009-0269-0
  24. Trommelen, J., Tomé, D., & van Loon, L.J. (2021). Gut amino acid absorption in humans: Concepts and relevance for postprandial metabolism. Clinical Nutrition Open Science, 36, 43-55.
  25. Food and Agriculture Organization of the United Nations. Dietary protein quality evaluation in human nutrition: Report of an FAO Expert Consultation.  Rome;  2013.
  26. Marinangeli CPF, House JD. Potential impact of the digestible indispensable amino acid score as a measure of protein quality on dietary regulations and health. Nutr Rev. 2017; 75(8):658-67.
  27. Protein quality evaluation. Joint FAO/WHO. FAO Food Nutr Pap. 1991; 51:1-66.
  28. Wolfe RR, Rutherfurd SM, Kim IY, Moughan PJ. Protein quality as determined by the Digestible Indispensable Amino Acid Score: evaluation of factors underlying the calculation. Nutr Rev. 2016; 74(9):584-99.
  29. Pinckaers PJM, Trommelen J, Snijders T, van Loon LJC. The Anabolic Response to Plant-Based Protein Ingestion. Sports Medicine. 2021; 51(1):59-74.
  30. Berrazaga I, Micard V, Gueugneau M, Walrand S. The Role of the Anabolic Properties of Plant- versus Animal-Based Protein Sources in Supporting Muscle Mass Maintenance: A Critical Review. Nutrients. 2019; 11(8):1825.
  31. Mariotti F, Gardner CD. Dietary Protein and Amino Acids in Vegetarian Diets—A Review. Nutrients. 2019; 11(11):2661.
  32. Woolf PJ, Fu LL, Basu A. vProtein: identifying optimal amino acid complements from plant-based foods. PLoS One. 2011;6(4):e18836. 
  33. Young VR, Pellett PL. Plant proteins in relation to human protein and amino acid nutrition. Am J Clin Nutr. 1994;59(5 Suppl):1203S-1212S. 
  34. Rafii M, Pencharz PB, Boileau K, et al. Metabolic Availability of Methionine Assessed Using Indicator Amino Acid Oxidation Method, Is Greater when Cooked Lentils and Steamed Rice Are Combined in the Diet of Healthy Young Men. J Nutr. 2022;152(6):1467-1475. 
  35. Rafii M, Pencharz PB, Ball RO, Tomlinson C, Elango R, Courtney-Martin G. Bioavailable Methionine Assessed Using the Indicator Amino Acid Oxidation Method Is Greater When Cooked Chickpeas and Steamed Rice Are Combined in Healthy Young Men. J Nutr. 2020;150(7):1834-1844.
  36. Adhikari S, Schop M, de Boer IJM, Huppertz T. Protein Quality in Perspective: A Review of Protein Quality Metrics and Their Applications. Nutrients. 2022; 14(5):947.
  37. Sá AGA, Moreno YMF, Carciofi BAM. Food processing for the improvement of plant proteins digestibility. Critical Reviews in Food Science and Nutrition. 2020; 60(20):3367-86.
  38. Samtiya M, Aluko RE, Dhewa T. Plant food anti-nutritional factors and their reduction strategies: an overview. Food Production, Processing and Nutrition. 2020; 2(1):6.
  39. Stone AK, Wang Y, Tulbek M, Nickerson MT. Plant Protein Ingredients. In: Melton L, Shahidi F, Varelis P, editores.  Encyclopedia of Food Chemistry.  Oxford: Academic Press; 2019.  p. 229-34.
  40. Avilés-Gaxiola S, Chuck-Hernández C, Serna Saldívar SO. Inactivation Methods of Trypsin Inhibitor in Legumes: A Review. J Food Sci. 2018; 83(1):17-29.
  41. Fanelli NS, Bailey HM, Thompson TW, Delmore R, Nair MN, Stein HH. Digestible indispensable amino acid score (DIAAS) is greater in animal-based burgers than in plant-based burgers if determined in pigs. Eur J Nutr. 2022;61(1):461-475.

Este artigo foi útil?

Considera fazer
um donativo

A AVP é uma organização sem fins lucrativos. Com um donativo, estarás a ajudar-nos a a criar mais conteúdos como este e a desenvolver o nosso trabalho em prol dos animais, da sustentabilidade e da saúde humana.

Considera
tornar-te sócio

Ao tornares-te sócio da AVP, estás a apoiar a nossa missão de criar um mundo melhor para todos enquanto usufruis de inúmeros benefícios!

Queres receber todas as novidades?

Subscreve a newsletter AVP

Mais artigos em

Mais artigos em

Mais lidos

Subscreve

a Newsletter

Não percas um grão do que se passa!