ALIMENTA A MUDANÇA QUE O MUNDO PRECISA
O que comes afeta a tua saúde e a saúde do planeta.
As alterações climáticas, a sustentabilidade dos ecossistemas e a saúde pública, face a um sistema planetário com limitações de recursos naturais e um excessivo consumo alimentar industrializado, representam o problema mais grave e mais premente que se colocou à espécie humana nos últimos três quartos de séculos.
Adoptar uma dieta de base vegetal contribui para:
- 75% menos emissões de aquecimento climático, poluição da água e uso do solo
- Reduzir substancialmente a perda de biodiversidade
- Menor risco de mortalidade por doença cardiovascular e mortalidade por todas as causas (19% e 11%, respectivamente)
Evitar o consumo de carne e laticínios é a maneira mais eficaz e acessível a todos de reduzir o impacto negativo da ação dos humanos na Terra.
O sistema alimentar e o profundo impacto ambiental e climático
A pecuária é um dos principais contribuidores para a crise climática atual.
Cerca de um terço das emissões de gases poluentes da União Europeia estão associadas à alimentação, sendo que o consumo de produtos de origem animal representam 70% desse impacto. A produção de carne e laticínios é a maior fonte de emissões de metano na UE, um gás que chega a ser 80 vezes mais potente que o dióxido de carbono.
Começamos a sentir as consequências das nossas ações e a ver os sinais de alerta de um planeta em crise climática severa.
Uma transição global para dietas de base vegetal poderia reduzir as emissões de gases de efeito estufa associadas à agricultura e à mudança no uso do solo em 31%.
Se todos mudassem para uma dieta baseada em vegetais, reduziríamos o uso global da terra para a agricultura em 75%, permitindo mais biodiversidade e mais alimento produzido por unidade de terra disponível.
São necessárias intervenções públicas urgentes e eficazes nos vários setores e contextos que intervêm no sistema alimentar, desde a produção agrícola, à investigação, inovação empresarial e consumo. Apenas desta forma, será possível atingir a neutralidade carbónica até 2050.
O elevado impacto da produção e do consumo alimentar
Ineficiência do sistema alimentar
Cerca de três quartos da área livre de gelo no mundo foram afetados pelo uso humano, principalmente por via da agricultura, e de mudanças no uso da terra (em particular, através da desflorestação), conduzindo à perda de biodiversidade.
Prevê-se que a população mundial atinja os 10 mil milhões até 2050. Alimentar este número de pessoas exigirá um aumento de 70% na produção global de alimentos. Para fazer face a isto, ao longo dos últimos 50 anos, tem-se recorrido à criação seletiva e à exploração intensiva de animais, o que levou a que ultrapassássemos limites biológicos e planetários.
Contudo, os produtos de origem animal são fontes de nutrição ineficientes. O frango, apontado como a proteína animal mais eficiente, requer 9 calorias de energia para produzir apenas 1 caloria de carne e 5 g de proteína para produzir 1 g de proteína. A carne de porco é menos eficiente, necessitando de 10 calorias de ração para produzir 1 caloria de carne. Se o mundo adoptasse uma dieta de base vegetal, a agricultura atual poderia facilmente produzir alimentos suficientes para alimentar a população crescente.
Uma solução para uma produção alimentar mais eficiente são as leguminosas: alimento de origem vegetal altamente versáteis, rico em proteínas, micronutrientes e fibras alimentares, sem colesterol e baixos em gordura. Além disso, são benéficas para o planeta, sendo capazes de estabelecer relações simbióticas entre as suas raízes e bactérias fixadoras de azoto que se encontram no solo, levando à fixação biológica de azoto atmosférico.
Contribuem para a diversificação de culturas, redução da utilização de energias fósseis e diminuição das emissões dos gases de efeito de estufa.
Requerem menos água relativamente à produção de outras fontes de proteína (comparativamente à carne, as leguminosas possuem uma pegada hídrica 88% inferior).
Saúde pública
Uma dieta de base vegetal com baixo teor de sal, gorduras saturadas e açúcares é amplamente associada a um menor risco de mortalidade prematura e oferece proteção contra doenças não transmissíveis.
Em concreto, estima-se que, em 2020, cerca de 2,4 milhões de mortes e 240 milhões de euros em custos com a saúde, a nível mundial, se deveram ao consumo excessivo de carne vermelha e processada.
Adicionalmente, estima-se que, em 2017, 73% dos antimicrobianos em todo o mundo foram usados em animais de criação. Como consequência do consumo destes, prevê-se que, até 2050, quase 10 milhões de pessoas possam morrer devido à perda de eficácia dos antibióticos.
Adicionalmente, entre as doenças novas e emergentes que afectam os seres humanos, estima-se que 75% sejam de origem animal. Bactérias patogênicas resistentes a antimicrobianos podem ser transmitidas aos seres humanos através das cadeias alimentares e de recursos hídricos. Assim, a produção, distribuição e consumo de produtos de origem animal constituem um elevado risco de transmissão zoonótica.
Oportunidades económicas
A venda de alimentos de origem vegetal aumentou, em Portugal, 20% entre 2020 e 2022, atingindo o valor de 64,7 milhões de euros. Por sua vez, o setor de alimentos de origem vegetal cresceu 7%.
Também se verificou um aumento de 12% no número de unidades vendidas de bebidas de base vegetal, tendo este crescimento sido acompanhado por uma queda nas vendas de leite de vaca.
A bebida de soja, um derivado de leguminosa, esteve na frente deste aumento, tendo correspondido a 29% das vendas em 2022, seguida da bebida de aveia (27%) e da bebida de amêndoa (22%).
Portugal ocupa o 12.º lugar em termos de vendas em euros de alimentos de base vegetal na Europa e o 10.º em gastos médios per capita, aconselhando-se a necessidade de promover o investimento na comercialização e desenvolvimento de fontes de proteína de base vegetal para
enfrentar a crescente procura e acompanhar os esforços de evolução do restante mercado europeu.
Opinião pública sobre medidas pela promoção da proteína alternativa
Em desenvolvimento
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