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Qual é a Cidade Mais Vegan do Mundo?

O veganismo tem sido cada vez mais alvo de interesse por um crescente número de pessoas e, como tal, a oferta de opções vegan tem tentado acompanhar esta evolução da procura. Fica a conhecer, neste artigo, qual a cidade mais vegan do mundo em 2022.
Qual é a Cidade Mais Vegan do Mundo

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O blog de comida Chef’s Pencil tem sido referenciado pela sua análise aos dados do Google Trends para descobrir as cidades onde as pesquisas de termos relacionados com o veganismo foram mais populares, tema que esteve em níveis recorde em 2018, aumentando 11% comparativamente a 2017 e 35% face a 2016.

As pesquisas do Google não te darão uma ideia precisa de quantas pessoas se comprometeram com alimentação estritamente vegetariana, ou de quantas compram produtos vegan, mas o Chef’s Pencil diz que a análise revela, de facto, quehá uma intenção em tomar uma atitude em relação à alimentaçãonestas cidades.

Bristol – Cidade mais vegan em 2018

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Parque em Clifton, Bristol. Fotografia: Alamy

Em 2018, de acordo com o Google Trends, o nível de interesse em todo o mundo por todas as coisas vegan – restaurantes, receitas, comida de cão – foi mais elevado em Bristol, seguido de Portland, Edimburgo, Vancouver e Seattle. Seis das cidades do top 20 eram nos Estados Unidos, com cidades europeias e australianas a mostrarem também um forte interesse em torno de um estilo de vida livre de carne.

Em Bristol, existe uma vibrante comunidade local e tem um núcleo comunitário de pessoas veganas, que desempenha um papel fundamental, dado que são pessoas muito activas que se fazem ouvir. Se tiveres um amigo vegan, rapidamente saberás.

Porta-voz do Chef’s Pencil

Desde há muito tempo que a cidade de Bristol tem vindo a ser considerada uma referência para as coisas “verdes e liberais”: 

  • É aqui que fica o grupo de campanha pelos direitos dos animais Viva!;
  • Três em cada quatro deputados de Bristol dizem que são veganos ou vegetarianos. 
  • E a comunidade online Vegan Bristol tem uma longa e completa lista de locais que são livres de alimentos de origem animal.

Desde que o Greggs anunciou uma nova alternativa vegana ao seu rolo de salsicha de carne, no início de 2019, que os pastéis Quorn têm “voado das prateleiras”, diz a cadeia de padarias, que vendeu centenas de milhares apenas na primeira semana. O seu sucesso é uma prova tanto de uma notável campanha de relações públicas, como do crescimento aparentemente imparável do veganismo, que, em 2018, terá sido liderado por Bristol.

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Um rolo de salsicha vegan Greggs e uma bebida quente. Lançados no início de 2019, os pastéis salgados têm vindo a “voar das prateleiras”, diz a empresa. Créditos imagem: Livekindly.co

Bristol continua a estar extremamente bem classificada entre as cidades mais vegan friendly do mundo. É o lar de uma pletora de grandes restaurantes veganos e foi também apelidada como uma das cidades mais vegan friendly no Reino Unido, em 2021.

Portland – Cidade mais vegan em 2020

Portland, estado do Oregon, nos EUA, capital mundial do veganismo em 2020, ficou com o segundo lugar, em 2022. Portland não precisa de nenhuma introdução à comunidade vegana. É mundialmente conhecida por estar associada a este estilo de vida, sendo considerada a melhor cidade vegana dos Estados Unidos.

A voz vegana de Portland é igualmente intensa. Paul McCartney e o grupo de campanha pelos direitos dos animais Peta nomearam Portland de cidade mais vegan friendly em 2016, presenteando até o presidente da câmara com um bouquet de vegetais. Portland tem um acampamento de Verão vegan, um espaço para a música punk, que também promove o veganismo, um centro comercial vegan e até um clube de strip vegan.

Brighton – Cidade mais vegan em 2022

Apesar da importância do veganismo em ambas as cidades de Bristol e Portland, a cidade costeira de Brighton, cerca de 100 KM a sul de Londres, é, à data, a nova capital vegana do mundo. É a primeira vez que uma cidade que não Portland ou Bristol ocupa o primeiro lugar.

Brighton é uma cidade incrivelmente vegan friendly e foi várias vezes galardoada com o título de melhor cidade vegan no Reino Unido, devido ao seu muito elevado número de restaurantes vegan friendly per capita – mas é a primeira vez que é coroada de capital vegan do mundo.

Brighton é a líder mundial do veganismo, diz o Chef’s Pencil – Crédito de imprensa: Adobe Stock

Há muito que Brighton é conhecida pela sua abundância de restaurantes e lojas vegetarianas. De acordo com a APP localizadora de restaurantes, Happy Cow, a cidade alberga mais de 240 restaurantes estritamente vegetarianos e vegan friendly. Entre os locais mais populares, encontram-se o sushi bar Happy Maki e a pizzaria Purezza.

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Outras cidades onde o veganismo é popular em 2022

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Análise do Google Trends realizada pelo Chef’s Pencil. Dados disponíveis em Abril de 2022, mostrando a pontuação em relação ao interesse de pesquisa nos últimos 12 meses.

As cidades de Hamburgo e Berlim, na Alemanha, estão classificadas nos 4º e 5º lugares, a nível mundial, respectivamente. Ambas as cidades são bem conhecidas internacionalmente pelas suas grandes comunidades vegetarianas. De acordo com a Happy Cow, Hamburgo alberga quase 40 restaurantes vegan friendly, enquanto Berlim conta com mais de 100.

Amesterdão deixou cair um ponto no relatório anterior do Chef’s Pencil, não obstante, a comunidade vegan continua a prosperar nesta bela cidade holandesa. De acordo com um blog local, observou-se um recorde de 11 novas aberturas de restaurantes veganos, em Amesterdão em 2021, com outros quatro restaurantes a tornarem-se estritamente vegetarianos. Isto eleva o número de lugares veganos na cidade para uma quantidade muito respeitável de 65 restaurantes. 

O crescimento do veganismo

É indubitável que o aumento do veganismo tem sido decidido pelos habitantes das suas cidades. Num estudo realizado em 2016, no Reino Unido, pela The Vegan Society , verificou-se que o veganismo é significativamente mais popular em áreas urbanas do que em locais rurais. Dois dos terços dos inquiridos que disseram não comer carne e que evitavam produtos lácteos viviam em zonas urbanas e suburbanas da Grã-Bretanha.

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O Impossible Burger 2.0 [o hamburger impossível], uma nova versão vegana do Impossible Foods’, a ser apresentado num evento de imprensa em Nevada, em Janeiro de 2019. Fotografia: Robyn Beck /AFP / Getty Images.

De acordo com Sam Calvert, da The Vegan Society, este aumento deve-se, em parte, a uma maior facilidade de acesso a opções veganas. Estritamente vegetariana há já 24 anos, Sam Calvert lembra-se de, em anos anteriores, muitos amigos afirmaram que seria “demasiado difícil” comer fora e encontrar alternativas adequadas. Com mais escolhas disponíveis actualmente, é mais provável que, agora, as pessoas dêem esse salto.

A pessoa vegana típica seria jovem e mulher, e é mais provável encontrar pessoas jovens nas cidades”, continua Sam Calvert. “Como em todas as comunidades, é mais fácil encontrar mais pessoas com o mesmo estilo de vida e com os mesmos interesses nas cidades. Há muitos grupos de encontro veganos, que tendem a estar nas cidades”.

Sam Calvert, da The Vegan Society

Noutros locais, observou-se a promoção de um estilo de vida vegano ao nível político, principalmente por razões ambientais e como um empurrão para a sustentabilidade. Em 2016, Barcelona foi declarada vegan friendly, encorajando-se os residentes a abraçarem uma alimentação livre de carne, promovendo-se as “Segundas-feiras Sem Carne” e criando-se um guia vegetariano para a cidade.

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Heather Mills diz ao chefe Antony Worrall Thompson no programa de TV da ITV This Morning que ter-se tornado vegan a ajudou a superar a perda de uma perna. Fotografia: Ken McKay / ITV / Rex/ Shutterstock

Alguns exemplos na promoção do veganismo

Nesse mesmo ano, o novo presidente da câmara de Turim declarou a cidade italiana como sendo a primeira “cidade vegan” do mundo.

A promoção de uma alimentação estritamente vegetariana e vegetariana é um acto fundamental para a salvaguarda do nosso ambiente, da saúde dos nossos cidadãos e do bem-estar dos nossos animais”, pode ler-se numa declaração associada à cidade. Pretendia-se que fosse um programa de sensibilização para aumentar a consciência relativamente à sustentabilidade ambiental e para a existência de alternativas à carne, mas foi algo que, sem surpresa, dividiu a população.

Se ser uma verdadeira ‘cidade vegana’ implicasse banir a venda de carne ou produtos de lacticínios, então a cidade de Gujarat, no estado Palitana da Índia, estaria na lista. Uma greve de fome dos monges Jain, em 2014, levou o governo local a declarar a cidade e os seus locais sagrados como zonas livres de carne.

Curiosamente, enquanto a Índia é vista pelo resto do mundo como um país predominantemente vegetariano, pesquisas realizadas em 2018, pelo antropólogo americano Balmurli Natrajan (a viver nos EUA) e pelo economista indiano Suraj Jacob (a viver na Índia), sugerem que apenas cerca de 20% da população indiana é vegetariana – uma percentagem mais baixa do que as indicadas pelas estatísticas oficiais. As cidades indianas com maior proporção de pessoas a adoptar uma alimentação vegetariana são Indore, com 49%, Meerut com 36% e Delhi com 30%.

O que é preciso para uma cidade ser vegan friendly

A maioria das listas de cidades vegan friendly baseia-se no número de restaurantes ou cafés vegetarianos existentes e não na quantidade de pessoas interessadas em manter ou adoptar uma alimentação estritamente vegetariana.

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Wool, Dorset (Inglaterra). Não é a capital mundial do veganismo. Fotografia: Urban Landscapes / Alamy Stock Photo

De acordo com a App Happy Cow, uma lista de restaurantes vegetarianos e veganos, em 2019, Londres era a cidade mais vegan friendly do mundo. Foi a primeira do site a ultrapassar os 100 restaurantes completamente veganos, em 2017, e em 2019 tinha cerca de 110 restaurantes veganos num raio de oito quilómetros dentro da cidade. Nesse ano, era seguida de perto por Berlim, com 65 restaurantes veganos num raio de oito quilómetros.

Mas talvez o reconhecimento como local de referência do veganismo se pudesse dever a um simples nome. Em 2018, activistas dos direitos dos animais tentaram mudar o nome de uma aldeia na parte ocidental do país, de ‘Wool’ [lã] para ‘Vegan Wool’ [Lã Vegana]. Se a proposta tivesse sido aceite pela junta de freguesia (não foi), este modesto local em Dorset teria certamente ficado, pelo próprio nome, com o título de capital mundial do veganismo.

Artigo adaptado da página do The Guardian

Com atualização a partir das páginas The Chef’s Pencil e Plant Based News

Actualizado por Ana Luísa Pereira

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